Vestígios se trata de uma intervenção artística contínua na paisagem através da inserção de pequenas esculturas de cerâmica em diversos ambientes. Marcadas por gestos dos dedos e mãos, que simbolizam a presença da artista. Ao serem deixadas no solo, tornam-se parte do local e podem ser descobertas por outras pessoas ou até mesmo desaparecer na natureza. 
 
"Prestes a realizar minha primeira viagem internacional em 2023, fiquei obcecada pela ideia de fazer ou levar arte para outro continente. Nesse mesmo ano, a cerâmica havia entrado na minha vida e estava desenvolvendo uma pesquisa acerca de manifestações rupestres e a materialidade do barro em si. Assim surgiram as pedras marcadas por dedadas. Moldadas pela intensidade que pressiona, desliza, arranha e agarra com vontade. Retornando para casa e para as já frequentes viagens nacionais, continuei espalhando vestígios por aí."
 
A obra funciona como uma sinalização de sua passagem. Além da conexão com a materialidade ancestral, a argila também sugere um ciclo contínuo de transformação. O projeto cria um jogo entre a intenção da ação e a experiência imprevisível do público. O percurso se torna parte da obra, criando uma cartografia na qual a artista desenha seu trajeto. Sujeitas ao desgaste natural, deslocamento ou desaparecimento, as esculturas podem seguir seu próprio caminho. Uma obra viva, que não pertence a um único lugar.
 
Em 2025, uma mudança de vida impulsionou o projeto para uma nova fase: viver de forma nômade pelo Brasil. 

"Experimentar outras residências, vivenciar as nossas muitas culturas, que pulsam entre cidades e biomas."      

 

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